04 July 2011

OVELHA NEGRA (Marinha Grande)
21 de Maio de 2011. Dia de rumar até Marinha Grande para uma estreia absoluta. O local de destino era o bar Ovelha Negra, cujo responsável, um indefectível adepto e sócio do fêcêpê de nome Jardel, aguardava ansiosamente a nossa chegada com vista a dar início aos preparativos do concerto que iria ter lugar dali a umas horas.

A hora de chegada programada há muito que havia sido ultrapassada, e para colmatar tal ausência, o Jardel esperava que ao menos a banda oriunda do Porto, fosse também ela composta por ferrenhos adeptos portistas. No entanto, sem sucesso, o que constituiu para ele a única grande desilusão da noite, tal como viria a confessar umas horas mais tarde.
Futebóis à parte, note-se que fomos recebidos de braços abertos pelo Jardel e demais staff do Ovelha Negra, que não se poupou a esforços para que tudo estivesse do nosso agrado.

As nossas exigências também são fáceis de realizar, mas quando a sala reúne boas condições para um concerto, como é o caso do Ovelha Negra, então tudo fica muito mais simples. Na verdade, sobre o espaço pouco mais há a dizer, a não ser que respira Rock n’ Roll por todos os poros. Também assim se justifica a intensa actividade artística que todas as semanas tem passado por ali, com várias bandas a pisar um palco que constitui já uma referência naquela zona do país.

Competia a nós demonstrar que estávamos á altura do desafio.
Mas antes havia uma fase não menos importante nestas noites. O jantar.
Desta feita, a reunir todo o staff e alguns amigos do Ovelha Negra, o suficiente para preencher uma mesa que corria o restaurante de uma ponta á outra, sinal do espírito de grande camaradagem que se vive por aquelas bandas.

Depois de uns cafés e de uns crofts, desta vez extensíveis a todos os elementos da banda, seguem-se os últimos preparativos antes de subir ao palco.
Com um set-list claramente direccionado para os temas mais mexidos, este concerto marcava o nosso regresso aos concertos com distorção, depois de na noite anterior termos andado por caminhos mais acústicos em Lisboa.

O espírito do bar, aliado ao público presente não impunham outra coisa, que não fosse isso mesmo. O povo queria curtir a noite, queria curtir o som. O povo queria libertar as suas emoções e deixá-las reflectir nos seus corpos contorcidos.
Por isso, não demorou muito ver aquelas almas à frente do palco a dançar, a abanar a cabeça ou simplesmente a observar o que cada um de nós ia fazendo em cima do palco.

Cada qual à sua maneira, ia absorvendo o espectáculo que decorria em cima do palco.
Palco esse, que a determinada altura, se tornou demasiado pequeno para nós, com o M a saltar para o chão e a tocar um dos temas junto do público.

Reflexo da nossa boa prestação, após o tradicional encore, o povo não estava satisfeito e queria mais. Segue-se uma breve conferência em cima do palco, para decidirmos colocar á consideração dos presentes, quais os temas pretendiam re-ouvir.
O povo, sempre atento e sapiente, escolheu a “The Grave” mas nós como bónus, oferecemos ainda “Available - The National”.

Mesmo assim, do lado de lá ainda se reinvindicava mais. O concerto não podia acabar ali. Contudo, o nosso stock musical da noite estava esgotado, e por isso fim das hostilidades.
Depois seguiram-se dois momentos. O primeiro foi sem dúvida o excelente convívio proporcionado pelo povo presente após o concerto, do qual ouvimos reacções muito boas sobre o nosso trabalho, o que ajuda sempre a motivar as tropas para dar mais um passo em frente.

Sem esquecer as bebidas e outras coisas que foram sendo partilhadas ao longo da noite, o espírito reinante foi sempre de boa onda e energias positivas.
Face a este ambiente, o momento menos bom acaba por ser sempre o processo de desmontagem do material e consequente regresso a casa.

Principalmente, quando temos de percorrer umas largas dezenas de quilómetros numa noite pós-concerto, com todo o cansaço inerente, e com o Pico a mandar sms em cataduta enquanto conduz...
Contudo, tudo é superado face ao espírito reinante ao longo destas viagens, nas quais acabam por surgir sempre situações caricatas. Como por exemplo, quando alguns elementos da banda, decidem cear ao longo da viagem, com um menu composto por sandes de salsicha confeccionadas em andamento, devidamente acompanhadas por uma garrafa de tinto, o mais natural, é suceder que o vinho acabe entornado nas calças de alguém. E o cheiro a vinho entornado, qual pinheiro desodorizante colocado no espelho retrovisor de uma viatura, é um odor que começa a caracterizar as nossas viagens e algo que ameaça tornar-se uma tradição no nosso tour bus, para mal do nosso piloto...e do nosso vestuário.
MARK

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