25 March 2011

IN LIVE CAFFÉ (Moita)
O segundo concerto de 2011, no dia 05 de Março, reservava-nos uma viagem até ao sul do país, mais concretamente até á vila da Moita (Setúbal), sita na denominada Margem Sul. Tratou-se de uma estreia absoluta por aquelas bandas, e quando é assim, as expectativas da banda em torno do concerto tendem a elevar-se um pouco mais. Que tipo de público vamos encontrar, que espaço nos vai acolher, que som vamos ter, são questões que merecem uma atenção especial, sempre que fugimos um pouco mais do nosso tradicional mapa de concertos. Sem esquecer outros aspectos ligados a toda a logística inerente a um espectáculo desta natureza, nomeadamente, estadia e sobretudo deslocações, as quais, sendo de longo curso, são por regra feitas no “nosso” tour bus, - cortesia da família Pico. Definidas as linhas mestras do programa, e não obstante os precalços que envolveram alguns elementos da banda horas antes da partida, a viagem em direcção à Moita fez-se num ambiente tranquilo e sem grandes stresses. O GPS encarregou-se de fazer o seu trabalho, e a nós, com mais ou menos dores no cóxis, com mais ou menos dores de sobrancelha, com mais ou menos vontade de fumar, nada mais restou do que desfrutar da viagem de 330 kms que tínhamos pela frente. Chegados à Moita, seguimos em direcção ao Rock Lab. Um bar claramente direccionado para a música alternativa, devidamente adornado no qual nos esperava o Ricardo (promotor do nosso concerto por aquelas bandas) e demais staff do bar. O objectivo da nossa presença ali, passava por promover o nosso trabalho - que minutos depois começou a passar nas colunas do bar - e quiçá vender alguns discos. Missão cumprida.

E a primeira nota, vai decididamente para o staff do Rock Lab, pelo qual fomos muitíssimo bem acolhidos. Cerveja à discrição, acompanhada de boa disposição foi a ementa que nos colocaram à disposição. Agradecemos a boa vontade e prometemos regressar antes do concerto, mas era chegada a hora de rumar ao In Live Caffé para montar o material e fazer o som.

Ali chegados, travávamos conhecimento com os Left Side e fomos conhecendo os cantos à casa. A depreender pelas mensagens escritas nas paredes do backstage, via-se claramente que íamos tocar numa sala com história. Bandas como os RAMP, Mata-Ratos ou Os Golpes, já tinham passado por ali. No entanto, havia um nome que se destacava das demais. Faith No More. Esses mesmo! Nem mais, nem menos. Parece que em 2009, antes de rumarem ao Festival Sudoeste, Mike Patton e companhia, reservaram aquele espaço, não para dar um concerto, mas antes para ensaiar com vista a preparar o concerto do Sudoeste. É caso para dizer: quem pode, pode. Depois dos procedimentos do costume, que duraram um pouco mais que o habitual, rumámos ao restaurante que nos iria acolher, no qual se vivia um ambiente bastante animado e descontraído, fruto das festividades carnavalescas que estavam previstas acontecer naquela noite. Quem não estava para grandes festas era o tempo. Chuva, chuva e mais chuva não deram tréguas a quem decidiu sair de casa. Mesmo assim, arriscámos uma molha, e antes do concerto fomos cumprir a promessa de passar uma última vez no Rock Lab para beber aquele copo antes do concerto, ao mesmo tempo que fazíamos o set-list da noite. Chegados ao In Live Caffé, deparámos com uma casa que merecia ter muito mais povo. As várias festas carnavalescas que havia um pouco por todo lado, também não devem ter ajudado à nossa festa, mas mesmo assim, havia que dar início às hostilidades. Por isso, o palco foi entregue aos Left Side, que durante cerca de 45 minutos nos presentearam com o seu punk-rock com origens na Moita.


Apesar da juventude da banda, nota-se que os rapazes mostram empenho e determinação naquilo que fazem, e nem a ausência do seu habitual baixista os fez esmorecer no entusiasmo que colocaram em cima do palco. Eis que é chegada a nossa hora. No backstage, enquanto alguns de nós ultimavam os últimos pormenores antes de subir ao palco, outros houve que aproveitaram o momento para dançar ao som do Dj da casa, cujo reportório, entre outras pérolas, contemplava coisas como: Pixies, Violent Femmes ou Joy Division.


Estava dado o mote para o nosso concerto. Descontracção e boas vibrações, misturadas com gin e o empenho do costume, foram estas as linhas mestras que conduziram o nosso espectáculo. Com o set-list habitual, podemos dizer que o concerto correu bem, embora com momentos algo peculiares, como aquele, em que no intervalo de um tema, o promotor do concerto decide tirar uma foto connosco em cima do palco.


Ou mais à frente, em que no intervalo de outro tema, um elemento do público, decide também ele subir a palco para dizer ao micro, que o nosso som o faz lembrar uma determinada banda do “seu tempo”, dando-nos os parabéns enquanto se retira. Houve tempo para tudo. Mesmo para uma pequena sessão de mosh entre o público presente, ao som de "The End Part II".


A terminar, e apesar de já não contarmos com ele, fomos convidados a fazer um encore, sendo as contempladas a “Hollywood” e o nosso novo tema, tocado ao vivo pela segunda vez na sua história “Moments”.


Fim das hostilidades, mas ainda com muito trabalho, e sobretudo muitos quilómetros pela frente. Antes, houve o convívio do costume com o povo presente e tempo para alguns elementos da banda, usufruírem de momentos de descontracção com o staff do bar...


A vontade de regressar ao Porto era pouca, mas o sentido de responsabilidade aliado aos deveres profissionais do Sam, falaram mais alto, e siga para a estrada que se faz noite. Na primeira paragem numas bombas de serviço, por volta das 5.15h da manhã, descobrimos o antídoto do Peter para se manter acordado a conduzir: um café com um gelado Super Maxi.

Já antes, ainda no bar, nos havia presenteado com outro tipo de inovações, o denominado: cigarro-mágico. Como o próprio fez questão de nos ir lembrando ao longo do dia, “o que é preciso é estar na cena!” Seja lá o que isso for, não temos a mínima dúvida que o rapaz está sempre na cena. Mesmo quando é apanhado a conduzir… a dormir. É verdade que essa sim, é uma cena que assusta um bocadinho, principalmente quem vai ao lado. A vontade de dormir vai-se logo embora. Mas nada temam. O piloto tem tudo controlado. Após mais umas tantas paragens, chegada à Invicta já de manhã com muito sono, muito cansaço, mas satisfeitos e com a sensação do dever cumprido. E essa cena é que conta.

MARK

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