13 April 2010

Spot – Centro Comercial STOP - o relato
Como é do conhecimento público, o Centro Comercial Stop sito na cidade Invicta, é hoje um espaço muito diferente daquilo que foi no início dos anos 80. Sem resultar na azáfama de outros tempos, podemos dizer que a afluência de pessoas àquele espaço continua a ser grande. No entanto os interesses que movem esta gente, são completamente distintos dos interesses das pessoas que outrora ali acorriam para fazer compras ou desfrutar de simples momentos de lazer. Falar do STOP hoje, é falar de música. Quem andar por aqueles corredores, não fica indiferente aos sons que se vão ouvindo por ali. Aquilo que antes eram lojas, está hoje transformado em pequenas salas de ensaio de bandas que encontraram ali o sítio perfeito para dar asas á sua imaginação. O estilo musical de cada uma das bandas “residentes”, não as impede de viver em perfeita harmonia. Afinal, o que interessa se a banda da sala X toca metal, a da sala Y toca rock ou a da sala Z enveredou pela denominada música “pimba”? Pois. Não interessa nada. O que conta é a vontade e determinação que cada um coloca no seu projecto com o objectivo comum de dar a conhecer a sua música. Pois a música, é o cerne da questão.
É pena que o espaço não esteja preservado nem se vislumbre qualquer intenção de o recuperar por quem detém do poder?
É. Sem dúvida!
Mas os músicos, que diariamente entram e saem com guitarras às costas, ou pratos de bateria nas mãos, vão continuar a fazer questão, de lembrar aos senhores do poder que a verdadeira Casa da Música é aquela que fica ali na Rua do Heroísmo. E enquanto ninguém se lembrar de derrubar aquilo, a sociedade portuense que esteja descansada que a música vai continuar a invadir o STOP e a manter viva a chama da sua vida.
Nós da nossa parte vamos dando o respectivo contributo. Depois de saltarmos de sala de ensaio em sala de ensaio, foi ali que encontramos o nosso pouso. Á semelhança de outras tantas bandas que por ali deambulam, podemos dizer, que - dentro das limitações inerentes a um espaço que estava longe de ser programado para o fim a que hoje se destina - estamos satisfeitos.
Além disso, esta “casa” permite-nos ter um contacto diário com outras bandas, trocar ideias, preocupações etc. Foi assim que nasceu a ideia deste concerto. O convite partiu de outra banda, os L’Escargot. O espaço, SPOT, á semelhança das salas de ensaio que o rodeiam, é também ele adaptado a sala de espectáculos, naquilo que segundo consegui recolher, antes também já fora um bar de alterne. Talvez só assim se perceba a existência de uma cama bem no meio de uma das salas. Mas se o objectivo é promover a música, o que é que isso interessa?
Como diria Adolfo Luxúria Canibal dos Mão Morta, num dos seus temas: “Nada!”
E por isso é que, talvez sem o saber, O STOP tem feito um trabalho notável em prol da música e dos músicos que um dia ali decidiram acampar.
O bar SPOT onde tocámos no passado dia 19 de Março não foge à regra.
O previsto era uma noite, dois concertos, três euros.
Constatei aquando do sound-check que afinal havia mais uma banda. Os Dzound. O cenário alterou-se, passando então a ser: uma noite, três concertos, três euros.
Apesar destas condições, a casa esteve muito despida. O facto de ser sexta-feira e de ser um espaço ainda pouco conhecido, não deve ter ajudado.
De qualquer das formas, quem estava, esteve com gosto e sabia ao que ia, por isso não houve reclamações.
Os Dzound abriram as hostilidades com o seu rock pop muito clean, muito arrumadinho. Tocaram apenas quatro temas, mas devo dizer que gostei do som e percebeu-se que há ali bons músicos e matéria-prima de qualidade.
Depois de aquecerem as hostes, era a nossa vez de pisar o palco.
Não demorou muito a nossa entrada em cena. O set- list previsto para essa noite encerrava algumas mexidas. Desde logo, a ordem de apresentação dos temas que foi completamente alterada com a "The End Part 2" a abrir o concerto.
As características do concerto (em parceria com mais duas bandas) e do público presente, impunha um espectáculo em que fosse dada predominância aos temas mais “rasgadinhos”. Talvez por isso, a meio do concerto o M tenha decidido encurtar o set-list e lançar a “Hollywood” antes de fecharmos com a tradicional “Unquietness”. Algo que provocou alguma confusão em cima do palco, mas inguém notou por isso siga!
Sem ser um concerto extraordinário, diria que foi uma boa prestação. Penso que foi um concerto que serviu sobretudo como rampa de lançamento para o espectáculo que estava agendado para o dia seguinte, em S. João da Madeira, no Bedouin Bar. E por isso, este concerto acabou por funcionar como uma espécie de ensaio, uma vez que atendendo ao período conturbado pelo qual passou a agenda pessoal deste que vos escreve, não havia sido possível efectuarmos ensaios com os cinco elementos em conjunto já lá iam umas boas semanas… Esse trabalho tem de vir feito de casa. Sempre assim foi e já estamos habituados. É certo que não é a mesma coisa, quando comparado com os ensaios que temos em conjunto, mas a gente orienta-se.
Ainda assim, o resultado foi globalmente bom com o público a aderir e a dar sinais que mesmo com estas condicionantes, estamos no caminho certo.
Mas a noite não acabava aqui. A fechar havia ainda os L’Escargot, que haviam sido os anfitriões do evento. Também por isso, ou talvez não, o que se assistiu a seguir, foi ao debitar de um rock/grunge bastante agressivo, com o vocalista a ter vários lapsos de memória ao longo do concerto que durou quase uma hora e meia… Só assim se consegue explicar o porquê do rapaz repetir ininterruptamente entre os temas as mesmas frases ou ainda o facto de ao fim do sexto tema, se virar para o povo e dizer: “Vamos então tocar o quarto tema da noite”…
Ou a medicação não estava a fazer efeito ou aquilo que o rapaz tinha no copo não era definitivamente água.
Fechado o concerto, toca a invadir o palco para resgatar o nosso material e andamento para a sala de ensaio que estava mesmo ali ao pé. Afinal a noite já ia alta, e para o dia seguinte, já havia hora marcada para dar início á “Operação Bedouin”.
Mas isso já é outra história. E foi uma boa história!
Para a posteridade o que ficou foi isto:
Para entrar toda a gente tinha que levar "selo".

Depois era só desfrutar...

...

...

...

O nosso prezado público. Afinal ainda foram alguns. Ou melhor, visto assim até parecem muitos.

O video escolhido desta vez, foi a "Unquietness" (também não tenho outro diga-se...) que tradicionalmente fecha os nossos concertos.

A special thanks aos fotógrafos de serviço. Desta vez tivemos 3: Anita, Tita e Jesus "boy" que fez mais uns videos do concerto, os quais se encontram depositados na conta dele, algures no youtube.
Se vos apetecer procurem-nos.

MARK

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