03 May 2010

Bedouin houve ir e há-de haver voltar
A estreia The Mystery Artist em S. João da Madeira ocorreu no Bedouin Bar no já longínquo dia 20 de Março.
Encontrar o bar foi uma aventura. Depois de voltas para cima e para baixo decidimos perguntar a transeunte algumas informações sobre o dito.
Como é apanágio nestas situações, já estamos habituados a que nos saiam em sorte alguns personagens peculiares. Desta vez não foi excepção. Primeiro tiro, primeiro melro.
Pico: -
”Olhe se faz favor podia-nos indicar onde fica o Bedouin bar?"
Transeunte: “Hummm…Isso agora…Bem….(silêncio…)…Isso agora é complicado de explicar…….(silêncio…)…Tem que ir para baixo e cima…”
O tom e a forma como o artista disse isto meus amigos…Só sei que a partir daqui já ninguém ouviu mais nada do que o homem tinha para dizer, tal era a vontade de dar umas gargalhadas. Conclusão, ficamos a saber o mesmo. Enquanto isso, o Peter e o Sam já se encontravam no local, graças á preciosa ajuda da Policia que os levou directos ao local, ou não ficasse a esquadra ao lado do bar.
Do nosso lado, após novos pedidos de informações e de mais umas voltas pela cidade, lá conseguirmos dar com o pouso. Mesmo em frente á biblioteca Municipal, integrado naquilo que parece ser a parte antiga da cidade, lá estava ele, o Bedouin bar.

Um espaço bem decorado e muito acolhedor. Daqueles que apetece mesmo entrar, nem que seja para nos esticarmos num daqueles sofás que tem no segundo andar, que mais parecem camas e que nos chamam mal olhámos para eles.
Algo que não tivemos oportunidade de fazer, pois a carrinha estava mesmo ali á porta pronta para ser descarregada e o nosso cachet ainda não nos permite ter roadies que façam esse serviço. A partir daqui, foi o ritual do costume. Montar tudo, desfolhar mais um capítulo do “nosso” do livro: “Há-de haver sempre um cabo que falta, ou um outro que não funciona...” e fazer som.
Não havia tempo para mais. Á nossa espera, já estavam umas mesas no restaurante que o bar nos tinha reservado para degustarmos o nosso merecido jantar. Sempre na companhia do dono do Bedouin e da respectiva cara metade, foi ali, no poliglota “O Manel” que tratamos da saúde a uma bela picanha com arroz branco e feijão preto. Maravilha!

Se um dia decidirmos fazer um roteiro dos locais onde se pode comer bem aqui pelos nossos "Portugais", este “Manel” está definitivamente lá.
21.30h Hora de rumar ao bar ainda vazio. Escolhemos uma mesa bem ao fundo para, como bons observadores que somos, vermos quem entra. A casa oferece os digestivos por isso é só desfrutar. Entre uns copos de whisky falou-se um pouco de tudo.

Do disco que está para vir até ao set-list que iríamos tocar dali a umas horas. Na televisão, os Simpsons pintavam a macaca enquanto a malta passava pelo relaxante processo de preparação mental para o concerto.

Entretanto sai mais uma rodada e desta vez, alguém se lembra de pedir um gin tónico.
Prontosssss! Estava escolhida a bebida que nos iria acompanhar pela noite dentro.
Enquanto isso, aos poucos começa a chegar o povo. Muito povo, que passo a passo vai ocupando as mesas e as cadeiras disponíveis. Outros há, que vão subindo para o segundo andar que dispunha de uma varanda com vista directa para quem se encontrava em baixo, local onde o concerto iria decorrer.
Com a casa já bem composta, recebemos a informação que está na hora de dar início ás hostilidades. Saída do bar para rápida troca de roupa que se faz mesmo ali nas viaturas de serviço e siga que se faz noite.
1.00h
Tudo pronto. Casa completa. Hora do rock.
Ao contrário do que havia sucedido na noite anterior no SPOT, desta vez, optámos por regressar ao tradicional set-list.


É a fórmula a que já estamos habituados e penso que é a que melhor resulta. (Os números á frente dos temas correspondem à ordem pela qual vão ser tocados, embora a "The Glass Shoe" acabasse por ficar de fora).
Em termos técnicos não terá sido um concerto brilhante, mas foi um bom concerto.
Essa prova de qualidade foi dada pelo público, que aos poucos se foi soltando e foi aplaudindo com mais entusiasmo a cada música que passava.
Aliás, foi notório que o povo presente estava ali para assistir ao concerto e por isso foi interessante ver que ninguém arredou pé até que o mesmo terminasse. Estiveram todo o concerto sentadinhos, é certo, mas o espaço do bar em si, também não permitia grandes exuberâncias nas manifestações.
Mesmo nós, tocámos quase uns em cima dos outros. Eu e o M nem sequer tivemos direito a um lugar no palco, tais eram as dimensões do mesmo.

Mas a verdade é que é nestes espaços, assim aconchegados, que os concertos têm outro sabor e ganham outra vida.
Além disso, permitem fazer coisas que noutras circunstâncias seriam mais difíceis de fazer, tais como, pôr o Peter a mudar-me uma corda da guitarra em tempo recorde, enquanto se dá a volta ao set-list sem o povo perceber. (Valeu boy!)
Resumindo: creio que não deixámos os nossos créditos por mãos alheias, e conseguimos proporcionar um bom espectáculo.

As quantidades de gin tónico que entre as músicas foram sendo entregues no palco, também devem ter dado uma ajuda e a verdade é que após o set-list previsto, o povo queria mais.
Pediu-se “Mais uma! Mais uma! Mais uma!”.
Em circunstâncias normais, quando o povo quer mais, a gente acede sem condições.
Desta vez, foi ligeiramente diferente.
Enquanto o povo clamava por mais, o Sam chega-se á frente, toma a palavra e em tom algo autoritário diz tão simplesmente: "Só se houver gin!"
Posto isto, recarregadas as reservas de gin e aqui vai disto que é para acabar. "Available" e "Hollywood" foram as contempladas.
Fim de encore é sinónimo de fim de concerto. Até porque a hora já ia alta e não nos podemos esquecer que a esquadra da Policia continuava a ser mesmo ali ao pé.
Acabava o concerto, mas nós ainda não tínhamos acabado com o stock de gin tónico da casa, e como tal, regressados à nossa mesa entretanto vaga, tratamos de resolver esse assunto, não fossem outros a fazê-lo por nós.
Terminado o gin, o bar ainda nos disponibilizou um cachimbo de água onde fumámos tabaco com sabor a maçã e outras substâncias exóticas que não consigo agora precisar.



Apenas posso adiantar que eu e o M também fumamos. Creio que essa informação, é por si só, reveladora da legalidade daquilo que se estava a fumar. Ou talvez não…
Adiante.
Artistas que se prezem ficam até ao fecho do bar e nós não fugimos à regra. Depois do sempre apetecível processo de desmontagem do material, ficámos ali na cavaqueira com o staff do bar, ficando logo a promessa de que havemos de lá voltar, num formato acústico, quiçá, mas havemos de voltar.


Foi isto.
Os videos do evento seguem dentro de momentos.

MARK

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