14 May 2010

Riba Kaffe – Do 8 ao 80
No espaço de uma semana experimentamos uma sensação completamente diferente no que a um concerto diz respeito. Podemos dizer que fomos literalmente do 8 ao 80, tal foi a disparidade entre tudo aquilo que aconteceu no Bedouin Bar e aquilo que nos reservava o Riba Kaffe no dia 27 de Março de 2010.
À primeira vista, só uma coisa era realmente melhor no Riba. As condições que este espaço oferecia, eram de facto melhores que aquelas que o Bedouin foi capaz de nos proporcionar. Uma sala verdadeiramente preparada para concertos, com um palco q.b., e um som com qualidade estava à nossa espera.

A localização do bar era algo escondida.
Para quem não conhece, não é fácil dar com o Riba, pois o bar não fica mesmo em Famalicão, mas numa das suas localidades circundantes, no caso, Ribeirão. Quanto ao bar em si, como já disse, tinha mesmo boas condições. Espaço amplo com dois andares e duas salas distintas no rés-do-chão. Uma para concertos e outra para lazer com mesa de bilhar (onde eu e o Pico tratámos da saúde ao Sam e ao M), matrecos (onde o Peter se entreteu com a irmã do Sam) e tv (onde vimos o S.L.B. a espetar a faca ao braguinha).


Cá fora o espaço também abundava, de tal forma, que tivemos tempo de experimentar o relvado que tinha cá fora, dando uns toques na bola que nos acompanha em concerto desde que nos foi “oferecida” em Celorico de Basto. Melhor aquecimento antes de começar a montar o material era impossível. Houve algumas quedas mas ninguém se lesionou, tal era a qualidade técnico-táctica dos artistas no relavado.
A partir daqui, foi quase tudo para esquecer.
A começar pelo jantar, que foi parcimoniosamente servido, levando os elementos da banda a quase terem de se degladiar por mais um feijão da feijoada que nos foi servida num anexo do bar. Estava boa, mas soube a pouco.
Depois o povo.
Onde se meteu o povo daquele sítio?
À medida que os minutos do jogo de futebol na tv iam passando, perguntávamo-nos se não iria aparecer mais ninguém. No nosso íntimo reinava a secreta esperança de que após o jogo, o povo acabaria por aparecer.
Mas não.
O jogo acabou, o tempo foi passando e nós fomos arranjando forma de o fazer passar ainda mais rápido, entregando-nos à sala de jogos, mas o público, esse, continuava literalmente alheio a isto tudo.
Um grupo de quatro jovens a somar ao staff do bar, mais os nossos tradicionais convidados era o que nos esperava. Também aqui, nada tinha a ver com a enchente verificada no Bedouin uma semana antes.

Chegámos a ponderar se deveríamos tocar ou não, mas uma vez que tinhamos chegado até ali, então que se gastem os foguetes porque alguém tem que fazer a festa.
Subimos ao palco, e o Peter, face ao cenário desolador de ausência de público que se verificava à sua frente, pegou no micro para dizer de sua justiça:
“- Pá, quem quiser aplaudir que o faça, quem não quiser que diga que isto é uma mer** e o cara***… mas manifestem-se!”


Risada total mas o povo captou a mensagem.
Estava dado o mote para um concerto que levámos até ao fim com toda a dignidade e que foi ganhando força a cada tema que passava.


Foi uma coisa em crescendo, graças ao nosso reduzido público que se revelou muito entusiasta. Demasiado até, para aquilo que inicialmente estávamos á espera.

Sem arredarem pé, aquele grupo de jovens menteve-se ali, firme, a apoiar, a saltar, a curtir o som, a aplaudir. De tal forma que tivemos mesmo de fazer um encore, algo impensável quando começamos o concerto, com aqueles putos a acompanharem o M no refrão da “Hollywood”, continuando a fazerem-se ouvir de forma ininterrupta mesmo após o tema ter terminado.

Por isso, a nota positiva da noite vai sem dúvida para estes rapazes, facto que levou o M a confessar ainda a meio do concerto, que aquele teria sido um dos públicos mais entusiasta desde que andámos nestas andanças.
Já para não falar do Peter, que chegou a abandonar o seu posto em palco, para se misturar no público aos saltos.

Dava para tudo.
Mesmo assim, o que contou foi que conseguimos chegar aqueles jovens. Não eram muitos, mas eram bons e temos a certeza que gostaram do que ouviram, e isso no fundo acaba por ser o mais importante.
O ideal seria casa cheia é certo. Não foi possível. Por vezes há noites assim.
A próxima paragem é daqui a duas semanas em Viseu (29 de Maio).
Se não estiver casa cheia, pelo menos que haja um público entusiasta como este do Riba. Se assim for, já ficamos satisfeitos.

MARK
P.s. Falta apenas o agradecimento do costume para a fotógrafa do costume. Thank´s Cristina!

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