08 November 2006

3 ANOS DEPOIS – O REGRESSO

Coincidência ou não, a verdade é que pouco a pouco, como que a acompanhar a recente edição do nosso EP, começam também a surgir novas datas para concertos.
Apesar de já haver datas para Janeiro de 2007, o próximo evento está já marcado para o dia 18 do corrente mês.
Local: Real República dos LYS.O.S..
Nada mais nada menos do que a casa que me formou enquanto estudante, mas acima de tudo enquanto homem.
Foram quase oito anos de vivências numa instituição que deveria ser obrigatória para todo e qualquer estudante que se digne aventurar nos meandros do ensino universitário.
Durante este período, a minha universidade foi a República, a minha família foi República, os meus amigos foram a República, o meu nascimento enquanto simples músico aconteceu na República.
No fundo a minha vida foi a República.
Quando lá cheguei, em meados de 1996, ouvi uma frase que nunca mais esqueci. Não sei se foi adaptada de outro slogan, ou se quem a disse vivia e encarnava de facto o espírito Lyso, mas a verdade, é que ela faz todo o sentido para aqueles que um dia como eu, entraram pela porta daquela casa.
“Uma vez Lyso, Lyso sempre!” dizia-se.
A verdade, é que não obstante já terem passado mais de dois anos após ter deixado a minha República, continuo a sentir-me Lyso, continuo a sentir que apesar de ter abandonado o seu espaço físico, ainda faço parte dela. E isso, apesar de provocar em mim uma profunda nostalgia, deixa-me imensamente feliz.
Regozijo-me por ter tido a oportunidade e o privilégio de fazer parte de uma comunidade como a Real República dos LYS.O.S..
Ali conheci muitos estranhos, que hoje, mais do que grandes amigos, são grandes homens.
Felizmente também tive a oportunidade de conhecer outras Repúblicas, nomeadamente as de Coimbra. No entanto, continuo a achar que o espírito que reina na nossa casa, está a um nível que não está ao alcance das demais.
Até podia começar a dar aqui uma lição sobre o nascimento das Repúblicas, nomeadamente onde e como nasceram, o que distingue uma República de uma Real República, ou o que distingue uma República de um simples Solar de estudantes, por exemplo.
Mas tudo isto, são questões que levariam um blog inteiro para responder. Além do mais, para os mais curiosos, façam uma busca pela net e de certeza que vão descobrir a resposta para estas e outras questões.
Para já posso adiantar três coisas:
1) É falsa uma das definições que encontrei no dicionário relativamente às Repúblicas: “Casa onde não há ordem nem disciplina”.
Ridículo!
Meus caros, se há casa que tem regras, ela é a República! A não ser assim, seria impossível manter uma convivência sã entre 12 ou 13 pessoas com feitios e costumes tão díspares. Mais, as regras de ouro numa casa como uma República são essencialmente pautadas pela liberdade, solidariedade e respeito mútuo, coisa que está em vias de extinção na nossa sociedade.
Por isso, quando ouvirem ou caírem na tentação de falarem das Repúblicas sem conhecimento de causa, não se esqueçam de meter os preconceitos, os moralismos e a demagogia na gaveta se faz favor, caso contrário vai sair asneira.
2) LYS.O.S., porquê?
A nossa República foi fundada no ano de 1959 por estudantes de Engenharia, que tiveram de vir de Coimbra para o Porto tirar a sua licenciatura, uma vez que na época, tal curso apenas existia na cidade Invicta.
Ora, como estavam longe do lar, e como na altura não havia telemóveis, Internet, e carro próprio era um conceito ainda desconhecido da classe estudantil, eram constantes os telegramas para casa a pedir dinheiro para fazer face ás necessidades comuns dos estudantes, e daí surge o S.O.S..
No fundo, e um pouco à semelhança dos estudantes (alguns) de hoje, andavam sempre lisos.
Estava assim encontrado o mote para o nome, LY-S.O.S..
O emblema da República elucida bem o nome que lhe foi atribuído, com várias antenas a emitirem S.O.S. para a “Cabra” de Coimbra.
3) Por fim, a terceira coisa diz directamente respeito ao nosso concerto nos LYS.O.S.. Todos os anos se festeja o aniversário da República, denominado de Centenário.
Ora, porque cada ano numa República equivale a cem anos vividos pelo comum mortal na sociedade, essa é a razão pela qual em cada ano se festeje o Centenário, e a cada 10 anos se festeje o Milenário. (Se um ano equivale a cem, dez equivalem a mil, é uma questão de aritmética.)
Ora, os LYS.O.S. festejam este ano o seu XLVII Centenário (47º para os mais incautos), e foi no âmbito desses festejos que fui convidado pelo actual Mor (outro vocábulo do universo Repúblico que se assemelha á pessoa que dá a cara ou que está “á frente” da República, status que eu próprio tive enquanto residente) para fazer uma apresentação do meu novo projecto, em versão Unplugged.
É óbvio que a resposta a um convite destes só podia ser sim.
Vamos ter nova ocasião para voltar a tocar as músicas em versão acústica, depois de idêntica prestação na Rádio Globo Azul em Agosto.
Mas acima de tudo, vai ser a oportunidade de voltar actuar naquela casa enquanto “artista”, digamos assim, uma vez que foi também ali, que em Novembro de 2003 apresentei o meu anterior projecto musical de seu nome “EsTro”. Foi o meu primeiro concerto de todos os tempos.
Meu, do Peter e do Sá, uma vez que eles também embarcaram naquela aventura sem rumo.
Por isso, posso dizer que pessoalmente este concerto me vai dar um gozo muito especial.
Dessa noite recordo muita coisa, em especial o facto de ter sido o meu último Centenário enquanto Republico residente.
Mas ao nível da nossa prestação musical nessa noite, correu tudo de forma muito natural. Com a bateria e uma coluna emprestada, o destaque vai para o facto do Peter a meio de uma música ter literalmente perdido um pau o que o levou a acabar a sua prestação a tocar só com uma mão; eu parti duas cordas e mesmo assim toquei como se não houvesse amanhã; o Sá teve uma prestação discreta, talvez por isso, só quando terminou o concerto é que se deu conta desse facto.
Aí não foi de modas, e passou a noite toda a insistir para que voltássemos ao palco improvisado para fazer um encore. Só que não tínhamos mais músicas para tocar, e o que o resto da malta queria era copos, por isso ficamos mesmo por ali.
Mas agora, três anos depois estamos de volta.
E o prazer vai ser todo meu!

mARK


No próximo dia 18 é aqui, no nº86 da Rua António Granjo (Porto) que vamos estar meu povo. Apareçam, eu convido!

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

eu vou tentar ir

10 November, 2006  
Blogger The Mystery Artist said...

Sim, mas eu quem?
mARK

10 November, 2006  
Anonymous Anonymous said...

euzz pah!

10 November, 2006  
Blogger The Mystery Artist said...

Ya...Pô...
mARK

10 November, 2006  
Anonymous Anonymous said...

eu tou lá:):):):)

10 November, 2006  

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