26 December 2007

E porque é Natal…

Porque passa por aqui muito povo que gosta da nossa música (eu gosto de acreditar nisso, ok...), ou pelo menos, foi o gosto pela música em geral, que o encaminhou para este espaço;
Porque há-de chegar o dia em que o nosso EP “Funny Little Town” será uma preciosidade só alcance do mais exímio coleccionador;
Porque descarregar músicas da Internet é há muito uma realidade insofismável e impossível de controlar;
Porque todos nós já fizemos o download de músicas da Internet;
Porque toda a música foi feita para ser partilhada e o nosso objectivo é fazer chegá-la ao maior número de pessoas possível;
Porque a ASAE continua demasiado ocupada com os DVD´s das feiras, ou os restaurantes Chineses e concerteza, ainda desconhece o blog que vos vou indicar e com o qual seria bem capaz de implicar, não obstante todo o material exposto, ser autorizado pelos respectivos autores;
Porque muitos preferirão descarregar o nosso EP da Internet, do que gastar 10 € bem gastos na sua compra (ainda que, pessoalmente me recuse veementemente a autografar qualquer tipo de cópia...sem qualidade);
Porque não somos invejosos;
Porque no blog que vou indicar, para além de poderem promover a vossa própria banda, podem ainda conhecer e descarregar mais uma série de temas de outras bandas em início de carreira como a nossa;
Porque por estranho e incrível que possa parecer a muita gente, Natal também pode ser só dar, sem estar à espera de receber nada;
E por fim, porque também nós, não quisemos passar ao lado desta quadra festiva, sem deixar uma prenda para todos os que nos acompanham e em geral para todos amantes de música, aqui vai o Blog no qual podem encontrar o nosso EP e onde podem fazer o seu download integral desde o passado dia 12 de Dezembro. O espaço chama-se Portugal Underground e pode ser consultado
aqui.
Divirtam-se, que eu tenho feito o mesmo.

MARK

Procurem pelos posts de Dezembro e quando virem esta capa, ajoelhem-se, pois chegaram ao disco prometido.

Já agora, continuação de Boas Festas…pelo corpo todo, de preferência!

12 December 2007

Há Vida para além da Distorção

Não obstante já se terem passado algumas semanas desde a nossa última presença em palco, cumpre-me expor aqui, o tradicional relato do evento. Só por manifesta falta de tempo, este vosso escriba não se havia dedicado ainda, a tão dignificante tarefa.
Por esse facto, curvo-me perante os nossos distintos leitores, perante os quais, clamo desde já, manifesta indulgência perante a indelicadeza de tal omissão.
Feitos os devidos esclarecimentos, vamos ao concerto da CasaViva.
Por tudo o exposto nas “postas” que antecedem esta, era fácil constatar que o concerto de 24 de Novembro, teria de ser forçosamente noutros moldes, que não os utilizados pela banda, nas anteriores aparições em cima do palco. Face às condições da sala, o concerto acústico era sem dúvida, o formato indicado.
A distorção das guitarras e o bater firma da bateria, teria de ser substituído por guitarras suaves, e por uma bateria mais meiga, com um piscar de olho a outras formas de percussão, de forma a criar também um ambiente propício à nova roupagem que se foi criando para alguns dos temas na sala de ensaio.
O interesse deste concerto também passava muito por esse factor. Ou seja, o objectivo da banda apresentar os temas ao público num formato acústico, não se resumia a desligar as distorções e tocar os temas de uma forma crua, mas sim, em procurar surpreender as hostes com alterações na própria estrutura dos temas, de forma a obrigar os potenciais ouvintes a terem de fazer um esforço redobrado, para reconhecerem esta ou aquela canção.
Esse sim, podemos dizer que foi o desafio ao qual aceitamos submeter-nos.
E o processo foi simples. Como o tempo de palco disponível rondava os 45 minutos, primeiro escolhemos os temas que queríamos mesmo apresentar; de entre esses, colocámos de parte os que à partida não iriam sofrer grandes alterações; e de seguida concentrámo-nos nos outros, naqueles que mais se iriam ressentir com tal transformação.
Como os ensaios neste formato, não foram tantos como gostaríamos que tivessem sido, ou por vezes, não terão sido tão bem aproveitados como deveriam, umas vezes por responsabilidade de agenda de cada um dos elementos da banda, e pelo menos uma das vezes, por responsabilidade clara, dos níveis de “excitação etílica” acima da média permitida por lei, em que alguns elementos da banda se deixaram envolver (excelente ensaio esse!), a verdade, é que nenhum de nós tinha a plena certeza, de que como é que a coisa iria resultar em cima de um palco.
Aliás, face à hora inicial a que estava marcado o concerto (20.00h) nenhum de nós tinha sequer a certeza, de que pudesse haver algum público a assistir!
No entanto, decidimos encarar a experiência de forma positiva. Se não fosse mais, haveria no mínimo, de ser apenas mais um ensaio, embora numa sala diferente…
Depois de termos feito o tradicional “sound-check”, e de termos adornado o espaço com velas, para dar um aspecto mais intimista ao evento, a organização da CasaViva percebeu que íamos tocar num formato acústico, pelo que decidiram adiar o concerto para as 22.30h, de forma a termos uma casa mais bem composta. Decisão que se revelou acertada.
Era chegada a hora de jantar e de repor energias, para uma noite que apesar de se querer calma, desejava-se intensa. A escolha do restaurante ficou a cargo do “expert” no ramo da restauração, o nosso baixista. E o que encontrámos, foi o chamado restaurante à “Sá”, ou seja, o local onde não se come por menos de 10 € e onde a animação musical é de cariz muito duvidoso. Ali, tivemos a oportunidade de assistir à prestação de um artista muito peculiar, e ao desfilar do seu vasto reportório musical, composto por temas conhecidos da nossa praça, mas com uma particularidade: tudo cantado num idioma novo, o chamado “portunhol”.
Foi uma actuação espectacular!...
Já em plena digestão, dirigimo-nos para a CasaViva para dar início ao concerto da noite.
Com uma casa quase despida, deu-se início ao acender da velas, como que a anunciar ao ainda pouco público presente, que o concerto estava prestes a começar. À primeira vista, parecia que íamos ter apenas a presença de alguns dos já “habitués” às nossas andanças, e por isso, decidimos cumprir o horário e avançar.
O set-list feito ali na hora, em cima de uma coluna, rezava assim:

1- Prologue
2- The Terminal I
3- Glass Shoe
4- Bitter End (Placebo Cover)
5- Funny Little Town
6- A Forest (The Cure Cover)
7- A Few Days Ago
8- Looking for a Singer!
9- Unquietness

Mal demos os primeiros acordes da “Prologue”, o povo começou a entrar na sala e a torná-la mais bem composta. Não ficou cheia, mas acabou por ficar com uma moldura bastante simpática. Encostados às paredes, mas com a maioria sentada no chão, o público foi-se deixando estar, e à medida que o concerto ia avançando, notava-se que ia chegando mais gente, dando claramente a ideia, de que se o concerto fosse marcado para a meia-noite, por exemplo, seria a garantia de casa cheia.
No entanto, a assistência presente soube encher a sala com a sua atenção e o seu calor humano, e isso foi sem dúvida, o suficiente, até para da nossa parte, a coisa decorrer de forma natural e sem grandes sobressaltos.
Por todos estes factos, podemos dizer que no cômputo geral, o concerto acabou por correr bastante bem, superando mesmo as nossas próprias expectativas. Também temos consciência, de que, talvez com um pouco mais de trabalho da nossa parte, pudesse correr ainda melhor. Mas isso, ficará para um próximo concerto neste formato, que se crê, irá acontecer em meados de 2008.
Pelo menos, este concerto já serviu para ver aquilo que devemos corrigir, e o que podemos melhorar, pois, da gravação áudio que nos chegou (embora via telemóvel – cortesia do mui ilustre e sempre “manager” Dave), é perceptível ouvir, que houve ali coisas bastante positivas, das quais destaco talvez a cover dos The Cure, que para mim foi uma das melhores da noite, embora tenha sido apresentada de uma forma totalmente transfigurada.
Por isso, foi sem grandes tensões e já com crianças a dançar na sala, que o concerto se foi aproximando do seu fim.
E a verdade, é que face às limitações de tempo inicialmente impostas, nem sequer pensámos num potencial “encore”, o que se veio a revelar necessário e útil, pois tivemos mesmo de tocar mais dois temas, porque o público não debandava.
Ora, como não tínhamos previsto tal situação (nem sequer nos ensaios!), o que equivale por dizer que apenas estavam preparados os primeiros nove temas iniciais e nada mais, o que se assistiu, foi quase uma sessão de discos pedidos! Depois do M apresentar a banda ao público presente, começou o regatear do encore:
-“Toquem essa!” ou então, “Não, toquem a outra!”
E assim, num clima inicial mais ou menos anárquico, decidimos democraticamente tocar apenas mais um tema, a “One” dos U2.
No entanto, como o público insistia, e continuava ali à espera de mais, decidimos dar por encerradas as hostilidades com a “Hollywood”, que foi talvez o tema mais ruidoso da noite, fruto da natural ausência de preparação para as lides acústicas de que foi alvo.
O público, é que parecia querer ainda mais, mas não era mesmo possível continuar, pois a CasaViva tinha mais actividades reservadas para essa noite, e para ser sincero, também já não tínhamos mais nada para tocar, que ainda se pudesse encaixar no formato acústico que havíamos definido para este concerto.
Em resultado de toda esta experiência, o que fica para nós, é um saldo bastante positivo, pois conseguiu-se apresentar os temas com uma roupagem diferente, e mais importante, conseguiu-se captar e manter a atenção das pessoas para este formato, o que demonstra que é um trunfo que poderemos usar em outras ocasiões, e em espaços mais intimistas, como foi o caso.
Em cima da mesa, ficou ainda um novo convite da CasaViva para regressarmos quando quiséssemos, o que também é sempre bom, e é um indício claro de que a nossa prestação foi bem recebida pelos anfitriões.
Para eles, os nossos agradecimentos pela oportunidade que nos deram de tocar e sobretudo, de conhecer melhor a génese e os valores da CasaViva. Que surjam mais 20 espaços como esse pela cidade do Porto é o que eu desejo!
Da nossa parte, será sempre um prazer, mas agora está na hora de regressar ao nosso estado natural, por assim dizer, pois o próximo concerto aproxima-se a passos largos (Janeiro 2008), e como temos algumas surpresas para apresentar, nomeadamente o FERRIER, há que meter mãos à obra.
Os ensaios seguem já amanhã e prolongam-se pelo fim-de-semana que se avizinha.
Por isso, à carga!

mARK

Ora então, lá vão umas fotos do evento...





Para terminar, atente-se na última foto, ao pormenor atrás do balcão, comigo e o M a "tachar" após o concerto, enquanto o resto do povo, com cara de quem está a apanhar uma grande seca, ouvia uma dissertação em tons apolíticos, sobre o papel dos Sindicatos na nossa sociedade.

O que é que eles estavam para ali a dizer mesmo? Eu só sei que a pizza estava bem boa!...